Disponibilizo aqui um resumo do trabalho, espero que seja útil e seja motivo de reflexão da sociedade para que se tenha um bom aproveitamento do material apresentado nos sites.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como
tema “O avanço da Tecnologia da Informação e sua influência sobre a educação no
ensino superior”, pois nos últimos anos os computadores, tablets e celulares
invadiram as instituições educacionais e as residências, tornando cada vez
mais, a informação acessível. A velocidade com que uma notícia é divulgada
torna-se assustadora, uma nova descoberta científica, um novo medicamento, a
cura para uma doença chega quase que imediatamente a população conectada.
Por outro lado, até que ponto esta
velocidade de acesso a uma informação faz com que esta não seja apreendida de
fato, não acontecendo o entendimento, e sim apenas uma breve memorização sem
uma análise mais profunda?
O que me motivou a desenvolver este tema
foram dois fatores, trabalhei por dez anos no mercado da tecnologia da
informação, presenciei o crescimento contínuo das vendas de hardware e
software, o desenvolvimento da conectividade e a facilidade de acesso à rede
mundial de computadores nos últimos anos, o outro fator é que tendo feito um
curso de graduação com idade superior a grande maioria dos colegas de sala,
observei o comportamento frenético dos altamente conectados em busca de
informação, mas ao mesmo tempo sem entender profundamente o que estavam
redigindo. Ao estudar com um grupo de colegas de sala percebi uma preocupação
maior em decorar para responder na prova do que verdadeiramente refletir para
entender, uma ansiedade para que tudo fosse rápido não permitia uma
concentração maior, embora o argumento fosse o pouco tempo, sempre havia uma
maneira de entrar nas redes sociais.
Este trabalho justifica-se pela
necessidade de analisarmos o comportamento do aluno atual frente às facilidades
de acesso a informação e como as Tecnologias de Informação e Comunicação TICs,
influenciam na educação formal.
Por meio de uma pesquisa de campo, com
estudantes de curso de graduação presencial, buscaremos responder o objetivo
deste trabalho que é verificar o comportamento dos jovens da chamada geração
“Z” que utilizam a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na busca do
conhecimento e como auxílio nos estudos.
A tecnologia da informação está inserida
em todos os meios sociais, alterando significativamente a forma com que nos
relacionamos com pessoas próximas a nós, em outras cidades e até do outro lado
do mundo.
Os e-mails substituíram as cartas
convencionais e documentos digitalizados navegam de um computador para outro. Trabalhos
acadêmicos são feitos, muitas vezes, por um grupo de pessoas que se encontram
virtualmente para discutirem os detalhes do texto, onde buscar material para
consulta e elaborar apresentações utilizando programas de computadores
específicos.
A comunicação torna-se mais
multidimensional e sensorial, as apresentações multimídias são mais atraentes,
o que eleva o padrão de exigência, as cópias e os arquivos facilitam o acesso
posterior e o compartilhamento de informação (BRENNAND, 2002).
A internet por apresentar inúmeras possibilidades de acesso, pode ajudar
os alunos a expandir seus conhecimentos e sua capacidade de comunicação. A maneira
com que se comunicam nas redes sociais proporciona uma nova linguagem e uma
nova escrita que pode ser errada de acordo com a gramática convencional, porem
certa para os internautas que lançam abreviações e uma forma particular de
símbolos como forma de tornar mais rápida a compreensão de um pensamento.
Segundo Perrenoud (2000), as Tecnologias
da Informação e de Comunicação são meios que podem recriar a realidade escolar,
em virtude disto devem ser usadas de forma consciente e responsável para
efetivar a função social no ambiente escolar, auxiliando professores e alunos.
Pouco tempo atrás o que tínhamos era uma
educação onde o mestre ofertava a matéria e não havia muitos questionamentos
por parte dos alunos a respeito do que era apresentado, isto poderia transmitir
para alguns uma sensação de poder, por outro lado, alunos não se preocupavam em
buscar informações, bastava copiar e reproduzir o conteúdo disponibilizado pelo
mestre.
Lent (1997), diz que a esta geração, que
faz uso da Tecnologia para obter informação, está aprendendo a acessá-la e não
apenas retê-la, sendo capaz de se manter informado por um universo que vai além
dos limites da sala de aula.
Os laboratórios de informática devem ser
usados como espaço de orientação para que os alunos aprendam a acessar sites de
pesquisas científicas publicadas no Brasil e no exterior, o incentivo por
buscar notícias em publicações de bons jornais digitais ou revistas também é
aconselhável.
Segundo Moran (1997), existe uma tendência
dos discentes em quantificar as informações e não explorar ao máximo o
conteúdo, pesquisar na Internet requer habilidades especiais, como bom senso
para realizar escolhas bem relacionadas diante de tantas possibilidades; bom
gosto para formar uma estrutura de pensamento lógico e intuição para buscar os
sites mais próximos daquilo que realmente precisamos. Moran ainda relata que há
facilidade para dispersão ao se perderem nas inúmeras possibilidades de
navegação, deixando-se levar para áreas de interesse próprio no qual se perde
um tempo significativo, além de se distrair com informações pouco relevantes.
METODOLOGIA
O
presente estudo delimitou-se a avaliar a influência da Tecnologia da Informação
na Educação Superior. Para tal, foi utilizado como instrumento de pesquisa um
questionário de 7 perguntas fechadas, com intuito de identificar a percepção
dos sujeitos em relação ao seu comportamento meio as informações contidas na
Internet.
Foram enviados 100 questionários, a um grupo de alunos de graduação de
curso 100% presencial, de uma instituição particular de ensino superior
localizada em Curitiba/PR. Retornaram 51 questionários preenchidos, sendo que
1 foi descartado devido a erro (rasura).
ANÁLISE DE RESULTADOS
Porcentual de Indivíduos X Tempo de Conexão/dia (menor de 26
anos)
·
24% ficam conectados a internet
mais de 50% do dia
·
38% ficam entre 20% e
50%
·
38% ficam menos que 20% do dia conectados a
internet.
Os sujeitos que
estão na faixa etária acima dos 26 anos ficam menos de 20% do dia conectados.
Do tempo conectado à Internet, 44% dos alunos utilizam entre 20 e 50%
para estudar, 38% dos pesquisados utilizam menos de 20% do tempo conectado para
estudo e apenas 18% utilizam mais da metade do tempo de acesso a Internet para
efetuar algo relacionado a estudo.
A quarta pergunta, demonstrou que o acesso a Internet e a uma vasta
quantidade de informação não significa um aprendizado eficaz, pois 62% dos
participantes da pesquisa responderam que não conseguem absorver as informações
dos textos que leem por meio de sites porque abrem diversos textos e são
tentados a entrar em outras páginas de assuntos diversos.
Dos 38% dos que responderam que conseguem se concentrar e absorvem as
informações quando estudam por meio da WEB, mais da metade (52%) caiu em
contradição respondendo na questão seis que para estudar para uma prova
acreditam que apesar da internet oferecer muitos recursos eles não conseguem
reter bem o conteúdo pela falta de concentração; esta pergunta foi inserida
justamente para colher uma informação mais precisa dos participantes. Ao
interligarmos a questão quatro e seis, podemos dizer que 81% dos participantes
não conseguem uma boa concentração para estudar e assimilar o conteúdo de forma
eficaz quando estudam por meio de material publicado na Internet.
Professores, familiares e o próprio aluno precisam ter uma consciência
sobre a amplitude que a navegação em diversos sites oferece, com apenas um
click pode-se mudar completamente o assunto, levar a outro local do mundo,
causando dispersão dos pensamentos. Estudar exige disciplina e isto inclui o
uso do computador na hora de utilizá-lo para pesquisa científica, da mesma
forma que o sujeito sente-se tentado a fechar o livro e ligar a televisão para
assistir a um filme, assim também pode inclinar-se a abrir um chat com outros
internautas ou abrir páginas de assuntos diversos.
Segundo o pesquisador David Nicholas, em artigo publicado no site do
jornal “O Globo” em 2010, um estudo da University
College de Londres diz que a Internet acaba com o poder de concentração dos
jovens, pois estaria remodelando o cérebro dos usuários, beneficiando a
capacidade de múltiplas funções e diminuindo a de concentração devido a uma
leitura picada dos textos. De acordo com Nicholas a pesquisa comprovou que os
jovens entre 12 e 18 anos não se aprofundavam em nenhuma leitura, pareciam
pinçar algumas ideias e seguiam em frente sem explorar o conteúdo. Estes
indivíduos, por outro lado, conseguiam responder algumas perguntas solicitadas
pesquisando na Internet, muito mais rápido do que pessoas mais velhas. O mesmo
estudo ainda levantou o fato de que a maioria dos jovens altamente associados à
tecnologia, buscavam apoio em respostas já postadas na web ao invés de
responderem por si com base em conclusões sobre o que leram.
Os computadores, assim como outros equipamentos, como vídeo games,
estimulam os jovens a adquirirem outras habilidades, digitação rápida,
pensamento ágil para buscar informações, leitura dinâmica para uma breve
análise do texto, nos jogos de competição rapidez para tomada de decisão, porem
tantos estímulos podem gerar ansiedade para finalizar uma tarefa e isto baixar
a concentração ou não permitir meditar sobre o assunto.
Fonte de pesquisa X Indivíduos
·
79%
livros + material disponível na WEB
·
19%
material disponível na WEB
·
2%
não utiliza material disponível na WEB
|
A internet oferece textos, publicações atuais, além de imagens e vídeos
que facilitam o entendimento do assunto pesquisado, beneficiando o aluno em
vários aspectos.
De acordo com
Oliveira (2000), professores e alunos devem ser incentivados a utilizar as
novas tecnologias que contemplem as reais necessidades educacionais,
relacionando seu uso para a pesquisa com o objetivo de conquistar e efetivar a
autonomia dos alunos.
Para realização de uma pesquisa na Internet, 96% dos indivíduos
pesquisados, assinalaram na questão sete que fazem uma seleção das páginas,
buscando as mais confiáveis, geralmente artigos científicos, apenas 4% não se
importam tanto com a fonte das informações, preferem fazer uma opção pelo
material que mais se identificam.
O amadurecimento dos usuários da internet refletem os dados acima
descritos, pois já perceberam que entre os materiais publicados livremente nos
diversos sites, muitos não trazem informações comprovadas ou verdadeiras, cabe
ao aluno estar preparado para fazer uma triagem nos textos e um breve
levantamento sobre a idoneidade do autor, sua capacidade para escrever sobre
tal assunto, observar se o artigo é atual ou se é revisado com frequência,
principalmente quando falamos sobre saúde e sobre tecnologias que estão em
constantes mudanças.
CONCLUSÃO
Atualmente o uso das tecnologias da informação é essencial para expandir
o conhecimento e nivelar as possibilidades de propagação de dados entre pessoas
de diversos locais do mundo.
Preocupados com a qualidade, os discentes atuais, buscam materiais
confiáveis, em geral artigos científicos, isto demonstra uma maturidade e uma
análise mais elaborada dos textos publicados na internet.
Para os jovens a Internet é um excelente meio para obter conhecimento, em
pouco tempo é possível acessar diversas informações, porem, os mesmos jovens
relatam que a Internet, por oferecer uma vasta quantidade de recursos, faz com
que se perca o foco, não havendo uma concentração eficaz e não se explorando o
texto profundamente.
Portanto, cabe aos alunos terem consciência e uma responsabilidade para
utilizar a internet como forma de auxilio nos estudos, aos educadores cabe
orientá-los quanto à importância de se aprender para toda a vida e não obter
uma informação fugaz.
A pesquisadora aconselha um aprofundamento ou continuidade desta
pesquisa, pois os dados podem ser alterados mediante a região aplicada, devido às
condições sociais e também por se tratar de um fator comportamental que está em
constantes alterações.
REFERÊNCIAS
BRENNAND, E. Góes. As
tendências pedagógicas na educação brasileira. Série Sala de Aula. UFPB. João
Pessoa, 2002.
LENT,
Roberto. O Jogo da Aprendizagem. Presença Pedagógica. Minas Gerais, 1997.
McMURDO, George. Changing
contexts of communication. Journal of Information Science, 1995. Acessível em: ˂http://jis.sagepub.com/content/21/2/140.full.pdf+html˃.
Acesso em julho de 2013.
MORAN,
José Manuel. Como utilizar a Internet na Educação. Revista Ciência da Informação, Vol 26 n.2, maio-agosto 1997.
NICHOLAS,
David. Internet acaba com poder de
concentração dos jovens. “O Globo” disponível em: ˂http://oglobo.globo.com/saude/internet-acaba-com-poder-de-concentracao-dos-jovens-diz-novo-polemico-estudo-3055136˃.
Acesso em julho de 2013.
OLIVEIRA, Gerson Pastre de. Novas Tecnologias da
Informação e da Comunicação e a Construção do Conhecimento em cursos
universitários: reflexões sobre acesso, conexões e virtualidade. OEI-Revista Iberoamericanca de Educación. 2000,
p. 1-9. Disponível em: ˂http://www.rieoei.org/deloslectores/344Pastre.pdf#search=NovasTecnologiasdaInformacaoComunicacaona
construcao do conhecimento˃. Acesso em julho de 2013.
PERRENOUD,
Phillippe. Dez Competências para Ensinar.
Porto Alegre: Artmed.2000.
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